O que pode justificar uma falta no trabalho?

Por Oraculum

4 de fevereiro de 2025

Categoria: Estilo de vida

Faltar ao trabalho é algo que, mais cedo ou mais tarde, acontece com qualquer profissional. Seja por questões de saúde, problemas familiares ou situações inesperadas, há momentos em que simplesmente não há outra opção senão avisar a empresa e se ausentar. Mas, claro, nem todas as justificativas são aceitáveis—e algumas podem até colocar o emprego em risco.

O problema é que muitas pessoas não sabem exatamente quais são os motivos considerados legítimos para faltar. Isso pode levar a situações complicadas, como o risco de advertências, descontos no salário e até demissão por justa causa. Afinal, a empresa tem suas regras, e nem toda ausência será compreendida da mesma forma pelo empregador.

Outro ponto importante é que nem todas as justificativas exigem comprovação formal. Algumas situações podem ser resolvidas com um simples aviso ao gestor, enquanto outras precisam de documentos que atestem o ocorrido. E, dependendo da empresa, há políticas internas específicas que determinam como essas faltas devem ser informadas e justificadas.

Se você já teve dúvidas sobre esse assunto ou teme enfrentar problemas no futuro por uma ausência no trabalho, este artigo pode ajudar. Vamos explorar os principais motivos que justificam uma falta e o que fazer para evitar dores de cabeça com a empresa.

 

Faltas justificadas por problemas de saúde

Entre todas as razões para se ausentar do trabalho, os problemas de saúde estão no topo da lista das justificativas aceitáveis. Se um funcionário está doente, é evidente que não pode comparecer ao ambiente profissional, especialmente em casos de doenças contagiosas ou que comprometam seu desempenho.

Nessas situações, uma forma de garantir que a falta seja considerada legítima é com atestado médico, por isso muitos recorrem a comprar atestado médico. Esse documento serve como comprovação formal de que o profissional não estava apto para exercer suas funções naquele período. Sem ele, a ausência pode ser considerada não justificada, resultando em descontos salariais ou penalizações.

Além disso, algumas doenças podem exigir afastamentos mais longos. Quando isso ocorre, é necessário apresentar laudos médicos e seguir os procedimentos exigidos pelo INSS para garantir os direitos trabalhistas. Empresas de médio e grande porte geralmente possuem setores de Recursos Humanos que auxiliam nesse processo.

Vale lembrar que a legislação trabalhista prevê a obrigatoriedade da aceitação do atestado médico, desde que seja emitido por um profissional habilitado. Portanto, caso o empregador tente recusar o documento sem justificativa plausível, o trabalhador tem o direito de recorrer.

 

Problemas familiares urgentes

Imprevistos familiares são outro motivo frequente para faltar ao trabalho. Situações como a hospitalização de um parente próximo, o falecimento de um ente querido ou até mesmo emergências envolvendo filhos menores são fatores que podem justificar a ausência.

A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) prevê, por exemplo, o direito a até dois dias consecutivos de ausência em caso de falecimento de cônjuge, pais, filhos ou irmãos. Esse direito é chamado de “licença nojo” e independe de autorização prévia da empresa.

Já para emergências médicas de familiares, a regra pode variar. Algumas empresas permitem a ausência sem descontos quando o funcionário comprova a necessidade de acompanhar um parente ao hospital. No entanto, caso a empresa não tenha essa política, a falta pode ser descontada, mesmo que o motivo seja legítimo.

Por isso, sempre que possível, é fundamental comunicar o gestor com antecedência e apresentar os documentos necessários para justificar a ausência. Quanto mais transparente for a comunicação, menor o risco de problemas trabalhistas.

 

 

Falta por questões jurídicas

Nem todo mundo pensa nisso, mas há momentos em que comparecer ao trabalho simplesmente não é possível por obrigações legais. Convocações para depoimentos na Justiça, participação como jurado em um julgamento ou até mesmo exigências da Receita Federal são exemplos de situações em que a ausência pode ser justificada.

A CLT assegura que o trabalhador tem o direito de faltar sem sofrer penalizações caso seja chamado para exercer o dever de jurado ou testemunha em processos judiciais. No entanto, é essencial apresentar a comprovação oficial da convocação ao empregador.

Outra situação comum é a necessidade de comparecer a audiências trabalhistas. Se o próprio funcionário está envolvido em uma ação, ele tem o direito de se ausentar para participar do julgamento. Porém, se não houver um documento oficial que comprove essa necessidade, a falta pode ser descontada.

Para evitar transtornos, a recomendação é sempre informar a empresa com antecedência e apresentar os documentos necessários, como ofícios judiciais ou intimações. Assim, evita-se qualquer conflito com o empregador.

 

Faltas por eventos climáticos e problemas de transporte

Nem sempre uma falta ocorre por motivos pessoais ou de saúde. Às vezes, o problema está nas condições externas, como enchentes, deslizamentos, paralisações no transporte público e outros fatores que impedem o deslocamento até o trabalho.

Em situações excepcionais, como desastres naturais, muitas empresas adotam medidas flexíveis para evitar que os funcionários sejam prejudicados. Porém, se a empresa não tem essa política e não houver uma norma local determinando a dispensa dos trabalhadores, a falta pode ser descontada.

Greves no transporte público também costumam ser uma dor de cabeça. Algumas empresas aceitam a justificativa e permitem que o funcionário compense as horas perdidas, enquanto outras mantêm a política rígida de descontos. Se a empresa permitir o home office nesses casos, essa pode ser uma boa alternativa para evitar prejuízos.

O ideal é sempre buscar uma solução viável, seja comunicando a empresa com antecedência ou tentando formas alternativas de locomoção. Se o problema for recorrente, vale discutir com o gestor para encontrar um acordo justo.

 

Falta por motivos educacionais

Funcionários que estudam também podem precisar se ausentar do trabalho em determinados momentos. Mas será que a empresa é obrigada a aceitar essas faltas? A resposta depende do tipo de compromisso acadêmico.

Para exames obrigatórios, como o Enem ou vestibulares, a legislação garante que o trabalhador pode faltar, desde que comprove sua participação na prova. Algumas empresas até incentivam seus funcionários a buscar capacitação e oferecem horários flexíveis nesses casos.

Já para aulas regulares, palestras e cursos extracurriculares, a falta normalmente não é justificada pela CLT. No entanto, muitas empresas oferecem políticas de apoio ao desenvolvimento profissional e permitem ajustes na carga horária para que o funcionário consiga conciliar trabalho e estudos.

Se houver a necessidade de faltar para atividades educacionais, o melhor caminho é conversar com o gestor e verificar se há possibilidades de compensação de horas. Dessa forma, evita-se que a falta cause prejuízos ao salário ou à carreira.

 

Conclusão

Faltar ao trabalho pode ser inevitável em muitas situações, mas a forma como a ausência é comunicada e justificada faz toda a diferença. Entender quais são os direitos e deveres do trabalhador é essencial para evitar conflitos com a empresa e garantir que a falta seja tratada corretamente.

Em alguns casos, a legislação trabalhista protege o funcionário, garantindo que a ausência não resulte em penalizações. No entanto, nem toda falta pode ser automaticamente aceita sem consequências—por isso, sempre vale a pena verificar as regras internas da empresa e manter uma comunicação clara com o gestor.

No fim das contas, transparência e bom senso são fundamentais. Se houver uma razão legítima para faltar, buscar a melhor forma de justificar a ausência e apresentar a documentação necessária pode evitar grandes dores de cabeça no futuro.

Leia também:

Nosso site usa cookies para melhorar sua navegação.
Política de Privacidade