Custos extras ao comprar apartamento na planta (ITBI, escritura, etc.)

Por Oraculum

22 de agosto de 2025

Categoria: Economia

Comprar um apartamento na planta é um passo importante para realizar o sonho da casa própria ou investir no mercado imobiliário. No entanto, muitos compradores se concentram apenas no valor das parcelas ou do financiamento e acabam esquecendo que existem custos adicionais além do preço do imóvel. 

Esses gastos extras podem impactar significativamente o orçamento e, por isso, precisam ser considerados no planejamento financeiro. 

A seguir, veja os principais custos envolvidos na compra de um apartamento na planta.

 

ITBI (Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis)

O ITBI é um tributo municipal cobrado sempre que ocorre a transferência da propriedade de um imóvel. Mesmo em apartamentos na planta, o imposto precisa ser pago no momento em que a escritura é registrada em cartório.

O valor do ITBI varia de acordo com a cidade, mas geralmente corresponde a 2% a 3% do valor venal ou de mercado do imóvel

É importante verificar a legislação do município para calcular corretamente esse custo. Sem o pagamento do ITBI, não é possível registrar a escritura, o que significa que a propriedade não estará oficialmente em nome do comprador.

 

Escritura pública

A escritura pública é outro custo essencial. Trata-se do documento lavrado em cartório que formaliza a compra e venda do imóvel. É com a escritura que o comprador garante legalmente a posse do apartamento.

Em alguns casos, especialmente quando há financiamento, a escritura pode ser substituída pelo próprio contrato bancário registrado em cartório. 

No entanto, isso não elimina as taxas cartoriais, que continuam obrigatórias. O valor da escritura varia conforme o estado e o valor do imóvel, mas pode chegar a milhares de reais.

 

Registro do imóvel em cartório

Após a escritura, é necessário registrar o imóvel no Cartório de Registro de Imóveis. Esse passo é fundamental, pois é o registro que garante oficialmente a propriedade em nome do comprador. Sem ele, o imóvel continua legalmente em nome da construtora ou vendedor.

O custo do registro também varia de acordo com o valor do apartamento e as tabelas definidas pelos cartórios estaduais. É um gasto que precisa ser incluído no planejamento, já que, assim como o ITBI, sem o registro o imóvel não pertence juridicamente ao comprador.

 

Taxa de assessoria da construtora

Muitas construtoras cobram uma taxa de assessoria ou SATI (Serviço de Assessoria Técnico-Imobiliária)

Essa taxa é polêmica e já foi questionada judicialmente diversas vezes, mas ainda pode aparecer em contratos. Normalmente, corresponde a um percentual do valor do imóvel ou a um valor fixo para cobrir supostos custos administrativos.

O comprador deve avaliar se essa cobrança é legal e, se necessário, contestá-la. Em alguns estados, decisões judiciais já consideraram a SATI abusiva. Portanto, é essencial ler atentamente o contrato e se informar antes de pagar.

 

Condomínio e fundo de reserva

Outro gasto que pode surpreender é o pagamento do condomínio. Em muitos empreendimentos, a taxa condominial já começa a ser cobrada assim que o prédio é entregue, mesmo que o comprador ainda não tenha se mudado. Além da taxa mensal, pode haver a cobrança de um fundo de reserva, destinado à manutenção das áreas comuns.

Esses valores variam de acordo com a estrutura do condomínio, como quantidade de torres, número de unidades e presença de áreas de lazer. Empreendimentos com piscina, academia e salão de festas costumam ter taxas mais altas.

 

Custos de financiamento

Quem opta por financiar parte do valor do imóvel também deve considerar os custos extras dessa modalidade. Entre eles estão:

  • Tarifa de avaliação de imóvel: cobrada pelo banco para vistoriar e confirmar o valor do apartamento.
  • Seguro habitacional: obrigatório no financiamento, cobre danos físicos ao imóvel e morte ou invalidez do comprador.
  • Taxa administrativa: pode ser cobrada pela instituição financeira para gerir o contrato.

Esses valores variam conforme o banco e o tipo de contrato, mas fazem diferença no orçamento final.

 

Despesas com mudança e adequação

Além das taxas legais, é importante lembrar dos custos práticos da mudança. Entre eles estão transporte, compra de móveis, eletrodomésticos e eventuais reformas para personalizar o imóvel. 

Embora muitas construtoras permitam escolher acabamentos na planta, ainda é comum que o comprador queira adaptar o apartamento ao seu gosto. Esses gastos podem representar uma parte significativa do investimento.

 

Conclusão

Comprar um apartamento na planta envolve muito mais do que o valor das parcelas ou do financiamento. 

Custos como ITBI, escritura, registro em cartório, condomínio, fundo de reserva e taxas de financiamento precisam ser considerados no planejamento financeiro. Ignorar essas despesas pode gerar surpresas desagradáveis e comprometer o orçamento da família.

Portanto, antes de fechar o negócio, o comprador deve fazer uma simulação realista de todos os custos envolvidos, incluindo taxas obrigatórias e gastos extras. 

Assim, é possível garantir que a conquista do imóvel próprio seja um passo seguro, bem planejado e sem imprevistos financeiros.

 

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