Por que a manta asfáltica não é usada em todos os telhados?

Por Oraculum

15 de agosto de 2025

Categoria: Tecnologia

Quando a gente fala em impermeabilização de telhados, muita gente pensa logo na famosa manta asfáltica. E não é por acaso — ela realmente entrega um bom resultado. Só que, curiosamente, ela não está presente em todos os telhados por aí. Por que será? Com tantos benefícios, seria de se imaginar que fosse uma escolha universal. Mas a realidade da construção civil é mais complexa do que parece.

Nem todo telhado “aceita” a manta asfáltica do mesmo jeito. Existem questões técnicas envolvidas, como o tipo de estrutura, o clima da região e até o orçamento disponível. Além disso, há métodos alternativos que, dependendo do caso, podem ser mais práticos ou eficientes. É aí que a coisa começa a ficar interessante — e também um pouco confusa para quem está planejando ou reformando uma casa.

Você já deve ter se perguntado: se funciona tão bem, por que meu vizinho não usou? Ou então: será que é exagero usar esse tipo de impermeabilização num telhado que quase não pega chuva? Essas dúvidas são mais comuns do que se imagina — e respondê-las exige entender não só o produto, mas também o contexto da obra.

A ideia aqui é abrir esse jogo. Trazer os prós e contras, os porquês e os poréns. E, quem sabe, ajudar você a decidir se essa solução faz sentido pro seu projeto. Vamos por partes, porque esse assunto tem mais camadas do que parece — literalmente e figurativamente falando.

 

Nem todo telhado é adequado para esse tipo de impermeabilização

Por mais eficiente que a manta asfáltica seja, ela não é uma solução universal. Isso porque ela depende de certos requisitos técnicos para ser aplicada corretamente. Um dos principais pontos é o tipo de estrutura do telhado. Telhados com grande inclinação, por exemplo, podem dificultar a aderência da manta e comprometer sua durabilidade. Já coberturas metálicas também não são ideais — o material não adere bem ao metal e as dilatações térmicas constantes aumentam o risco de rachaduras.

Além disso, a manta exige uma base contínua e sólida para ser aplicada, o que exclui estruturas com muitas junções ou telhas soltas. E aqui entra uma questão importante: aplicar a manta “de qualquer jeito” pode gerar mais problema do que solução. É o típico caso em que o barato sai caro — e o caro, se mal feito, sai mais caro ainda.

Outro fator limitante está relacionado ao peso. A manta adiciona uma carga extra à estrutura, o que pode ser um obstáculo em telhados mais leves. Antes de decidir pela aplicação, é essencial uma avaliação técnica. O erro mais comum é achar que, porque funciona numa laje, vai funcionar em qualquer cobertura.

 

O clima da região influencia (e muito) na escolha

Essa é uma daquelas variáveis que muita gente ignora — e acaba pagando o preço mais tarde. Em regiões de clima muito quente, a manta asfáltica telhado pode sofrer com dilatação e retração constantes, o que compromete sua durabilidade. Já em locais com muitas chuvas e variações térmicas intensas, o risco de infiltrações aumenta se a aplicação não for 100% perfeita.

A coisa complica ainda mais quando a manta é exposta diretamente ao sol. Nesse cenário, ela precisa de uma camada de proteção — geralmente pintura aluminizada ou piso sobreposto. Se isso não for feito, a manta racha, resseca e… já viu, né? Todo o investimento vai pelo ralo, literalmente.

Agora, pensa em uma cidade com clima ameno e poucas chuvas. Vale a pena gastar com esse tipo de impermeabilização? Nem sempre. Em muitos casos, alternativas mais simples e baratas podem atender bem. O que mostra que, sim, o clima influencia diretamente na viabilidade técnica e econômica do uso da manta.

 

Aplicar em lajes é mais comum do que em telhados inclinados

Quando a gente fala em manta asfáltica laje, aí sim estamos falando do uso mais tradicional e indicado desse tipo de material. Lajes planas, especialmente aquelas expostas à chuva, são o cenário ideal para a aplicação da manta. Isso porque ela consegue formar uma camada contínua e uniforme, criando uma barreira eficiente contra infiltrações.

Em contrapartida, telhados inclinados — como já mencionamos — oferecem desafios. Além da dificuldade técnica, há o problema estético. A manta nem sempre combina com a proposta visual de alguns projetos. Por isso, arquitetos e engenheiros muitas vezes optam por outras soluções, como telhas termoacústicas ou sistemas de subcobertura.

Vale lembrar também que, em muitos projetos, a manta é usada em áreas técnicas, como terraços e coberturas de prédios. Nesses casos, ela funciona quase como uma segunda pele do concreto, protegendo a estrutura sem interferir no visual. Mas, novamente, é uma solução que exige mão de obra especializada.

 

Profissionais capacitados fazem toda a diferença

Não adianta ter o melhor material se a aplicação for mal feita. A instalação da manta exige conhecimento técnico, preparo da superfície, atenção aos detalhes e, principalmente, experiência prática. Por isso, contar com uma empresa que aplica manta asfaltica é um passo fundamental para garantir que o resultado seja duradouro.

Muita gente, tentando economizar, recorre a “faz-tudo” que prometem aplicar a manta por um preço camarada. Só que, nesse caso, o risco de vazamento aumenta — e muito. Um pequeno erro na sobreposição ou um recorte mal feito pode comprometer toda a impermeabilização. E aí o barato vira prejuízo.

Outra questão importante é o pós-obra. Empresas especializadas geralmente oferecem garantia, assistência e acompanham o desempenho da manta ao longo do tempo. Esse tipo de suporte pode ser a diferença entre uma impermeabilização que dura 10 anos e uma que dá problema em menos de 2.

 

Outros tipos de manta e soluções mais práticas

Se você já ouviu falar da manta asfaltica auto adesiva, sabe que o mercado tem se adaptado para facilitar a vida de quem precisa de soluções rápidas. Esse tipo de manta elimina a necessidade de maçarico e é aplicada por simples pressão — o que reduz riscos na instalação. Mas, apesar da praticidade, ela ainda não é indicada para todas as situações.

A auto adesiva costuma ser usada em áreas menores, ou como reforço em pontos críticos da impermeabilização. Telhados muito grandes ou irregulares ainda exigem a aplicação tradicional, com aquecimento do asfalto e técnicas mais elaboradas. Ou seja: ela resolve, mas só até certo ponto.

Por outro lado, há quem opte por soluções alternativas, como membranas líquidas, tinta impermeabilizante ou até telhas com manta incorporada. Cada uma dessas opções tem suas vantagens — e também suas limitações. A escolha, no fim das contas, vai depender da combinação entre necessidade, orçamento e tipo de estrutura.

 

Quando o custo-benefício simplesmente não fecha

Vamos ser realistas: impermeabilizar com manta asfáltica custa caro. Não só pelo material, mas principalmente pela mão de obra. E nem sempre esse custo se justifica. Em casas com telhado tradicional de duas águas, por exemplo, o próprio caimento já ajuda a evitar acúmulo de água — e infiltração. Nesses casos, um bom beiral e telhas bem instaladas já resolvem o problema.

Além disso, existe o fator manutenção. A manta precisa ser checada periodicamente, especialmente quando está exposta ao tempo. Isso implica tempo, atenção e, claro, mais gastos. Para muitos proprietários, principalmente em construções mais simples, essa conta simplesmente não fecha.

É comum, inclusive, que a manta seja usada apenas em pontos mais críticos da casa, como calhas, ralos, emendas ou juntas. Ou seja: ao invés de aplicar no telhado inteiro, ela aparece em trechos estratégicos. É uma forma de equilibrar proteção e economia — e uma escolha cada vez mais frequente em obras residenciais.

Leia também:

Nosso site usa cookies para melhorar sua navegação.
Política de Privacidade